Os dois amigos confidencias, marcaram de se encontrar pela madrugada. Entre a prosa de um encontro solto e cheio de metáforas. Eles tinham em mente, passar a madrugada juntos. Revelando-lhes seus segredo e suas verdades. Era algo que uma dose de cumplicidade podia oferecer.
Era quase duas horas da manhã, mas o eclipse pelo qual se encontraram para celebrar, aconteceria algumas horas depois. Buscaram na cidade adormecida, a bebida certa para sacramentar a amizade construída em pouco tempo, mas alicerçada na esperança de conhecer mundos diferentes.
Entre os cigarros acesos e suas receptivas fumaças, sentia-se no ar as palavras ditas entre os bocejos e as frases soltas de um vocabulário juvenil. Eram frases desajustadas que somente entre amigos eram poemas de uma antologia poética da vida.
As latas quente de cervejas, misturadas ao goró forte de um alambique velho. Boca suja, ar ofegante. Assim estavam os dois caminhantes em busca do semi-brilho da lua e sua mística proteção astral. Eles estavam em busca de uma magia que se alinhava com a amizade.
Chegou a hora. Era o horário que tinham visto nos jornais que se daria o eclipse. Sentaram-se em uma praça pública, onde se enxergavam apenas um outro grupo de jovens. Havia um cheiro ímpar no espaço. Era uma erva quente e bem apertada. E entre a fumaça que rodeava o ambiente, parecia haver também uma fumaça sofisticada entre o céu e a terra. Talvez fosse o horário que traz por si própria, o seu momento de resfriamento, mas também podia ser...
Continuavam a falar, mas os olhos se fixaram no céu, nas estrelas e na Lua. Era redonda, brilhante. Nunca tiveram reparado na formosura que tinha em contemplar face a face aquela pequena esfera gigante. Era um redondo perfeito e que trazia dentro dela, o mito do Cavalheiro lançado sobre o dragão. Não viram o que muitos dizem ver, mas agradeceram por estar ali. Era um presente que a união desses afetos de tão pouco tempo os oferecia.
Passaram-se alguns minutos a mais do que haviam proposto as mídias para tal acontecimento. Eles pareciam pacientes. Tinham a delicadeza de esperar até que algo se manifesta-se sobre os olhos deles. Estavam altos pelos tragos fortes da mesma erva que outrora haviam presenciado pelo cheiro. E inebriado pelo líquido de cor amarelado que descia sobre a garganta, retirando os nós de questionamentos sobre a relação difundida entre as letras de um teclado preto.
Já quase amanhecia, e a Lua apenas sumia pelo simples fato de estar em sua hora de se recolher. Não houve eclipse. Ouve apenas uma voz ao final de tudo:
- Hey João, a Lua está ali.
Ouve um olhar desapontado de João. Parecia imerso de insatisfação. Estivera ali para ver com seu amigo uma acontecimento um tanto que histórico. Principalmente na vida de cada um dos dois.
Rafael, retirou de sua bolsa uma caneta e um papel. Escreveu nela, alguma coisa que somente seu amigo conseguiu ler. Parecia bom, devolveu tom aos textos de seu amigo sem tom.
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